Família:
Responsável:
Lenzi
Alceu Xenofontes Lenzi

 

Texto de Alceu Xenofontes Lenzi


"Os primeiros registros da existência da família  LENZI, remontam ao Século XII. Naquela época as pessoas não tinham sobrenome e  usavam aquele do soberano do feudo que habitavam. Somente depois do Concilio de  Trento, no ano de 1562, tornou-se obrigatório o uso do patronímico de família.  Relativamente ao nosso LENZI, as primeiras referências estão documentadas nos  livros canônicos de Pergine (região de Trento-Itália), onde encontramos  referencias a existência da estirpe LENZI, isto no ano de 1567.
O procedimento que levou ao nome LENZI esquematicamente é o seguinte: na origem estava o nome alemão LORENZ = LORENZO, que no diminutivo vinha expresso com LENZ. Contudo, os notários chamavam de “DE LENCIIS” ou “DE LENZIIS” os membros de uma família de onde vinha repetido frequentemente o nome LENZ. Em seguida o nome “DE LENZIIS” tornou-se “DEI LENZI” e finalmente LENZI."


Texto de Mauro Lenzi
(autor do livro "Os Lenzi de Samone" - Blumenau, 2005)

A ORIGEM DOS “LENZI” DE RIO DOS CEDROS

Os “Lenzi” que imigraram para Rio dos Cedros pertencem a diferentes grupos familiares e também são procedentes de diferentes cidades, assim como nem todos são de origem tirolesa. Para melhor compreensão vamos mostrar a seguir cada um dos grupos familiares com os nomes dos respectivos patriarcas imigrantes.

1º. Grupo familiar: Formado pelos três irmãos, Damiano Gervásio Lenzi; Ângelo Lenzi e Zaccaria Lenzi.  São originários de Samone, na Valsugana, Tyrol (atualmente Província Autônoma de Trento, Itália). No início portavam o apelido de “Lupi” e seus descendentes certamente formam o maior grupo de portadores deste sobrenome.  Atualmente ainda há um bom contingente que reside em Rio dos Cedros, mas a grande maioria esta espalhada pelo país inteiro. Há naturalmente uma certa concentração deles em cidades como Timbó, Blumenau, Jaraguá do Sul, Joinville, Florianópolis, Camboriú, Lages, Rio do Sul e região do alto vale, Curitiba entre outras. Damiano era o mais velho, nascido em 10/02/1829 e veio viúvo de Veneranda Giustina Fiemazzo, com quatro filhos de nomes Josaphat; Aleandro; Pelegrino e Daria Theresa. Ângelo, nascido em nascido em 22/07/1837 chegou casado com Rosa Lenzi, filha de Francesco Lenzi e Catarina Tiso, com dois filhos, Francesco e Pietro Augusto. Zaccaria, nascido em 14/03/1843 veio solteiro e aqui casou com Mathilde Dalpiáz filha de Cristófeno Dalpiáz e Maria Martini. Está praticamente pronta a árvore genealógica deste grupo familiar cujos registros iniciam em 1589 com Mathio di Lenzi, filho de Antonio di Lenzi e Adriana e que casou com Ana Mengarda, filha de Marco Mengarda e Sabetta. Há um quarto irmão deste grupo familiar que também emigrou para o Brasil, mas se estabeleceu na região de Santa Teresa, no ES. Seus descendentes se concentram em cidades como Patrimônio; Vitória e sua região metropolitana; Colatina e São Gabriel da Palha. Há deles ainda em Guararema - RJ; Rio de Janeiro; São Paulo; diversas cidades do sul da Bahia; Natal - RN; Belem e Paragominas no PA; Cacoal e Rolim de Moura em Rondônia.

2º. Grupo familiar: Rosa Lenzi, esposa de Ângelo Lenzi, também originaria de Samone, Valsugana, Tyrol. Apesar de ter origem na mesma cidade de Samone, Rosa, filha de Francesco Lenzi e Catarina Tiso, não tem parentesco com o marido Ângelo, até porque a igreja controlava a questão da consangüinidade entre nubentes, até o terceiro grau. O atual Prefeito de Samone, Enrico Lenzi é descendente deste grupo familiar, assim como o falecido Giovanni Battista Lenzi, deputado trentino que se acidentou no vôo 447 da Airfrance em maio de 2009 quando retornava de uma visita ao Brasil. 

3º. Grupo familiar: Antonio Lenzi, nascido em 06/02/1852 é também originário de Samone, Valsugana, Tyrol e era filho do também Antonio Lenzi e Tereza Fiemazzo. Este grupo familiar portava o apelido de “Taretto”. Antonio casou com Teresa Busarello e viveu em Rio dos Cedros até aproximadamente 1911, quando mudou com a família para a região do alto vale do Itajaí. Há descendentes dele em Rio dos Cedros mas a maior parte reside em Rio do Sul, Trombudo, Blumenau havendo deles também em Criciúma, Florianópolis entre outras cidades do país.

4º. Grupo familiar: Luigi Lenzi, originário de Torcegno, Valsugana, Tyrol, era filho de Francesco Lenzi e Orsola Dieter, casou aqui com Euphrosina Mengarda. Este grupo familiar portava o apelido de “Ponfe”. Um bom numero de seus descendentes ainda reside em Rio dos Cedros mas a maioria se espalhou por cidades como Jaraguá do Sul e região, Joinville, Blumenau, Curitiba entre outras. Houve inclusive casamentos com descendentes do 1º. Grupo familiar.

5º. Grupo familiar: Alessandro Lenzi, originário de Bérgamo, Itália era filho de Antonio Lenzi e Madalena Lenzi e casado com Maria Liberato Grolo. Esta família se estabeleceu no lote 28 da Estrada Pomeranos, na localidade de São Roque, atualmente município de Timbó. Este grupo familiar portava o apelido de “Carbonari”. Atualmente ainda há um bom numero de descendentes residindo na região mas muitos saíram e residem em cidades como Blumenau, Itajaí, Curitiba entre outras. 

6º. Grupo familiar: Pacífico Cipriano Lenzi, nascido em Rodeio em 24/10/1885 filho de Orsola Lenzi, originaria de Ronchi, Valsugana, Tyrol, filha de Gabriele Lenzi e Orsola Daltroso. Pacífico passou a residir em Rio dos Cedros onde casou com Matilde Felipi. Há descendentes seus ainda residindo em Rio dos Cedros mas a maioria reside em cidades como Timbó, Florianópolis, Curitiba entre outras.  

Como vemos, os “Lenzi” de Rio dos Cedros são de origens bastante diversas e atualmente estão espalhados por praticamente todo o país até mesmo por regiões mais remotas como Pará, Mato Grosso, Rondonia e não seria surpresa se também no Amazonas.


Texto de Mauro Lenzi
(autor do livro "Os Lenzi de Samone" - Blumenau, 2005)

CONTINUAÇÃO "OS LENZI DE RIO DOS CEDROS" - 1º. Grupo familiar: Formado pelos três irmãos, Damiano Gervásio Lenzi; Ângelo Lenzi e Zaccaria Lenzi.

Com o objetivo de estimular a divulgação de informações e enriquecer a memória das famílias que desbravaram as florestas e fizeram o desenvolvimento do Município estamos produzindo mais uma página sobre a origem dos Lenzi de Rio dos Cedros. Desta feita vamos nos ater ao grupo familiar formado pelos irmãos Damiano Lenzi, Ângelo Lenzi e Zaccaria Lenzi, assim como do quarto irmão, Pietro Giuseppe que foi se estabelecer no Espírito Santo. Este grupo familiar era identificado pelo codinome de “Lupi”, cujo significado é desconhecido. Vamos detalhar informações sobre a família em Samone, no Tirol antes da emigração para o Brasil e mostrar alguns fatos sobre os membros que lá ficaram. Precisamos fazer referencia a um fato histórico que trouxe graves e irreparáveis conseqüências, que foi a destruição dos registros de batismo da comune de Samone relativos ao período 1836 a 1900. Isto ocorreu durante a primeira guerra mundial, entre 1914 e 1918, quando a região tirolesa se tornou objeto de disputa entre os exércitos italianos e austríacos. Lembramos que a região tirolesa, onde se encontra Samone, por muitos anos foi território do Império Austro-Húngaro e o Império Italiano se aproveitou do enfraquecimento militar da Áustria, que vinha sendo derrotada na guerra, para tomar a região trentina (Tirol), para si. Samone foi um dos palcos de batalha e a cidade foi completamente destruída pelos bombardeios. Daí a destruição dos Registros de Batismos de um período de 64 anos criando um gigantesco vazio de documentação. Em nossas pesquisas nos valemos dos registros de casamentos, óbitos e crismas, que eram feitos em Strigno e assim ficaram preservados. Juntando estas informações conseguimos reconstituir as famílias, mas falhas e omissões podem ter acontecido.
A família dos irmãos imigrantes, Pietro Giuseppe Lenzi, Damiano Lenzi, Ângelo Lenzi  e Zaccaria Lenzi  foi gerada a partir do casal Giovanni Battista Lenzi, filho de Pietro Antonio Lenzi e Margarida Rinaldi, nascido em 10 de setembro de 1804 e falecido em 29 de outubro de 1879 e Magdalena Zanghelini, filha de Giuseppe Zanghelini e Domenica Paterno, nascida em 1806 e falecida em dois de janeiro de 1880. Casaram em 8 de fevereiro de 1825 e tiveram doze filhos, que listamos a seguir. Um registro a ser feito diz respeito ao Giovanni Battista Lenzi que em 1804 foi batizado por um tio de nome Revdo. Giuseppe Antonio Lenzi, nascido em 12 de fevereiro de 1750 e falecido em 14 de fevereiro de 1826. O Revdo. Giuseppe Antonio Lenzi trabalhou nas paróquias de Lentiai, Bieno e a partir de 1800 na igreja da terra natal, Samone.  O casal Giovanni Battista e Magdalena teve os seguintes filhos:

1 – Antonio Lenzi, nascido em 19 de novembro de 1825, que casou em 3 de maio de 1848 com Fortunata Tomazelli, nascida em 31 de julho de 1822, filha de Batista Girolano Tomazelli e Francesca Romana Mengarda. O casal teve os seguintes filhos:
*Giuseppe Lenzi, nascido em 18 de novembro 1848, casou com Eufêmia Lenzi, nascida em 26 de agosto de 1848, filha de Antonio Lenzi e Maria Paterno, tendo emigrado para a Áustria. Não conseguimos mais notícias dos eventos seguintes em relação a este casal.
*Leopoldo Lenzi, nascido em 1850 faleceu em 1866, causa da morte “caduta”.
*Giovanni Battista Lenzi, nascido em 1854. Não foram encontrados outros registros dele.
*Maddalena Lenzi, nascida em 1857. Não foram encontrados outros registros dela.

2 – Pietro Giuseppe Lenzi, nascido em 6 de junho de 1827 e falecido em 2 de setembro de 1907, casou em 15 de abril de 1858 com Clementina Trisotto, nascida em 13 de abril de 1834 e falecida em 8 de agosto de 1917, filha de Pietro Trisotto e Maria Zanghelini. O Pietro Lenzi foi militar do exercito austríaco. Emigraram para o Brasil e se estabeleceram em Santo Antonio de Canaã, Santa Teresa, ES. Vieram com três filhos de nomes Maria, Leone e Luigi. Seus descendentes estão espalhados por cidades como Vitoria, Vila Velha, Serra, Santa Teresa, Colatina, São Gabriel da Palha no ES; varias cidades do Sul da Bahia; Natal - RN; Paragominas -PA; Saquarema e Nova Iguaçu – RJ; Cacoal – RO. Merece registro o fato de que o Pietro e família vieram com o navio Rivadávia, procedente do Porto de Havre que entrou no Porto do Rio de Janeiro em 09 de maio de 1876. Note-se que os três irmãos que vieram para Santa Catarina não desembarcaram do mesmo navio. Com isto faz sentido a historia que eu ouvi do meu pai, de que um quarto irmão teria saído de Samone e que teria se perdido dos demais irmãos, no porto, e nunca mais teriam tido notícias do seu paradeiro. Apenas a partir das pesquisas para a edição do livro, se descobriu que o quarto irmão fora para o Espírito Santo. Não foram encontrados os registros de desembarque dos três irmãos que vieram para Santa Catarina, mas muito provavelmente chegaram em outro navio.

3 – Damiano Gervásio Lenzi, nascido em 10 de fevereiro de 1829 e falecido em 12 de dezembro de 1904. Em 02 de julho de 1857 casou com Veneranda Giustina Fiemazzo, filha de Cristiano Fiemazzo e Teresa Menestrina, nascida em 13 de julho de 1835 e falecida em 19 de julho 1872. Damiano emigrou para o Brasil em 1876, viúvo e com quatro filhos de nomes Josaphate, Aleandro, Pelegrino e Teresa Daria. Fixou residência em Caravagio e foi um dos fundadores da comunidade. Seus descendentes estão espalhados pelo Brasil inteiro, havendo certa concentração em cidades como Rio dos Cedros, Timbó, Blumenau, Jaraguá do Sul, Lages, Florianópolis, Curitiba, alem de São Paulo e outras.

4 – Domenico Zaccaria Lenzi, nascido em 13 de novembro de 1830 e falecido em 3 de outubro de 1841.

5 – Rosa Carolina Lenzi, nascida em 28 de agosto de 1832 e falecida em 7 de maio de 1914. Casou com Paolo Giampiccolo, filho de Domenico Giampiccolo e Verônica Fiemazzo e não foi pesquisada a ocorrência de filhos. Em 4 de outubro de 1842, em segundas núpcias casou com Bernardo Torghele e segundo informações de familiares Thorghele, não houve filhos deste casamento.

6 – Anastácia Lenzi, nascida em 25 de julho de 1834. Alem do batismo não se encontrou outros registros sobre ela.

7 – Lorenzo Giacinto Lenzi, nascido em 20 de julho 1835 e falecido em 15 de julho 1868. Segundo o registro de óbito parece que sofria de doença congênita (epilepsia?) e era solteiro.

8 – Ângelo Lenzi, nascido em 22 de julho de 1837 e falecido em 17 de maio de 1905. Em 27 de abril de 1859 casou com Rosa Lenzi, filha de Francesco Lenzi e Catarina Tiso, nascida em 25 de janeiro de 1841 e falecida em 11 de janeiro de 1926. Emigrou para o Brasil em 1876 com mulher e dois filhos, sendo que um aparentemente faleceu na viagem (outros 5 filhos nasceram no Brasil). O Ângelo teve uma participação comunitária destacada tendo inclusive, como líder comunitário, representado um grupo de imigrantes juntos às autoridades da colônia Blumenau, quando em 6 de setembro de 1876 receberam os títulos dos lotes que ocuparam. Ele adquiriu o lote 118 da estrada Pomeranos. Seus descendentes estão bem espalhados pelo território nacional havendo concentração deles em cidades como Rio dos Cedros, Timbó, Blumenau, Jaraguá do Sul e região, Rio do Sul, Salete, Taió, Dr. Pedrinho, Joinville, Curitiba, alem de Rio de Janeiro e Mato Grosso entre outras. O atual Prefeito de Samone, Enrico Lenzi e o falecido Deputado Trentino, Giovanni Battista Lenzi que se acidentou no vôo 447 da Airfrance em 2009 são descendentes do grupo familiar da Rosa Lenzi.

9 – Domenico Lenzi, nasceu em 7 de abril de 1839 e faleceu em Samone em 15 de janeiro de 1922. Casou com Giovanna Silbener, filha de Giovanni e Giulia Silbener, nascida em 13 de março de 1859. O casal foi residir em Ottuang, Áustria onde tiveram 05 filhos de nomes, Ângelo, Maddalena, Carolina, Catarina e Battista. Mais tarde retornaram ao Trentino onde Domenico faleceu em 15 de janeiro de 1922. A viúva com o filho caçula mudaram-se para San Maurizio Canavese, Torino, Piemonte e as irmãs aparentemente permaneceram na Áustria.
 O Ângelo casou com Rosa Sperandio  e tiveram 04 filhos de nomes Giovanni, Alberto, Rodolfo e Domenico. O Ângelo foi convocado para combater pelo exercito austríaco durante a primeira guerra mundial de 1914 a 1918. Foi enviado para a  frente russa nos montes Karpatos (sul da atual Polônia) e tombou em combate no ano 1916. Os filhos Giovanni e Alberto foram para a França e as únicas noticias foram de que haviam se alistado na legião francesa. O Domenico também foi para a França onde casou e teve um casal de filhos. Os parentes trentinos têm noticias de que o filho foi vitimado em um acidente de moto. Rodolfo estabeleceu-se em Escurele, Valsugana onde casou com Eloísa Zanghelini e tiveram três filhos, Rosa Maria, Carla e Ivo. Rosa Maria é casada com Bruno Bordato e tem dois filhos, Alessandro e Luísa e mora em Strigno; Carla é solteira e mora em Escurele e Ivo mora em Aldeno,  é casado com Lucia Prada e têm três filhos, dois dos quais casados. A mais velha é Sara que mora em Singapura, Anna Paula mora em Bologna e o caçula Matteo mora com a mãe em Aldeno. Ivo faleceu em 09 de dezembro de 2013. Estes são os únicos descendentes “Lenzi”  do nosso grupo familiar identificados no Trentino.

10 – Felice Lenzi, nascido em 1841. O registro de crisma foi o único documento encontrado que identifica este Lenzi.

11 – Zaccaria Lenzi, nasceu em 14 de março de 1843 e faleceu em 20 de maio de 1904. Em 25 de julho de 1877 casou com a também imigrante Mathilde Dalpiáz, filha de Cristofeno Dalpiáz  e Maria Martini, nascida em 22 de novembro de 1856 e falecida em 2 de maio de 1910. Emigrou para o Brasil em 1876 e estabeleceu-se no lote 120 da Estrada Pomeranos em Caravagio onde criou uma família de 9 filhos. Seus descendentes hoje estão espalhados por todo o país havendo certa concentração em cidades como Rio dos Cedros, Timbó, Blumenau, Brusque, Joinville, B. Velha, Jaraguá do Sul, Rio do Sul, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza entre outras.

12 – Domenica Lenzi, nasceu em 7 de setembro de 1845 e faleceu em 3 de março de 1911. Casou com Giovanni Battista Tiso, nascido em 1838 e falecido em 23 de setembro de 1923, filho de Pietro Tiso e Cattarina Fabri. O casal teve oito filhos e algumas dezenas de descendentes foram identificados sendo que alguns deles emigraram para a França e um para a Argentina.
Como vemos era uma família numerosa e apesar disso quase todos chegaram à idade adulta o que é acima da média e indica que devem ter vivido numa condição econômico-financeira bastante boa.

Texto de Mauro Lenzi
(autor do livro "Os Lenzi de Samone" - Blumenau, 2005)

Grupo Familiar “Taretto” de Antonio Lenzi

Antonio Lenzi (o imigrante) nasceu em Samone em 6 de fevereiro de 1852, é filho do também Antonio Lenzi e de Teresa Fiemazzo. O nome dele consta da lista dos emigrados de Samone do ano 1875 que foi reproduzida nas páginas 108, 109 e 110 do livro “Os Lenzi de Samone”. O nome do Antonio (imigrante) aparece na pagina 110 junto com outros três jovens (provavelmente todos emigraram sem atender a obrigatoriedade de prestar o serviço militar austríaco). O companheiro de aventura, Ignácio Trisotto é meio irmão de Antonio. A mãe de ambos, Teresa Fiemazzo, viúva de Antonio Lenzi (pai), casou em segundas núpcias com Zaccaria Trisotto.
As dificuldades para a composição das famílias devido ao desaparecimento dos registros de batismos da igreja de Samone relativos ao período 1836 a 1900 são as mesmas encontradas em relação ao grupo familiar dos Lenzi denominados “Lupi”. Aqui também se precisou fazer uso dos registros de matrimônios, óbitos e crismas da paróquia de Strigno para a sua composição e por conseqüência, a ocorrência de omissões é uma possibilidade real.
Juntando as informações das diversas fontes consegue-se saber que:
1) O Antonio Lenzi (o imigrante Taretto) nasceu em 06.02.1852 e é filho do também Antonio Lenzi, nascido em 20.04.1810 e de Teresa Fiemazzo, nascida em 20.07.1821.
2) O Antonio Lenzi (pai) casou com Teresa Fiemazzo em 29.04.1843
3) O registro de matrimonio diz que Antonio (pai) é filho de Giacomo Lenzi e de Maria Rattin.
4) O registro de óbitos diz que Antonio Lenzi (pai) faleceu aos 42 anos de idade, em 05.01.1852 de problemas pulmonares.
5) No registro de óbitos de Strigno também constam os falecimentos de dois filhos de Antonio Lenzi e Teresa Fiemazzo, portanto irmãos do Antonio (imigrante):
a) Giovanni Lenzi, falecido em 28.02.1844 com três dias de vida.
b) Maria Carolina Lenzi, falecida em 10.08.1850 com cinco anos e ¼ de vida, portanto nascida por volta de 1845.
6) Nos registros de matrimônios há o casamento de uma filha do Antonio e Teresa:
Em 02.03.1867, Ana Maria Lenzi, nascida em 16.01.1847, filha de Antonio Lenzi e de Teresa Fiemazzo casou com Pietro Enrico Paoletto, filho de Bortolo Paoletto e Lucia Bortondelo. Não pesquisamos filhos deste casal.
7) De acordo com (1) e (4) acima, a Teresa Fiemazzo ficou viúva, portanto uns trinta dias antes do nascimento do Antonio (imigrante). Teresa Fiemazzo em 05.05.1855 casou em segundas núpcias com Zaccaria Trisotto de cuja união nasceu três filhos:
a) Ignázio Trisotto, nascido em 1856 e emigrou para o Brasil junto com o meio irmão, Antonio Lenzi.
b) Albano Trisotto, nascido em 09.10.1858 e falecido em 24.08.1903 que ficou no Tirol.
c) Giuseppe Trisotto, nascido em 03.08.1861, sobre o qual não se encontrou outros registros.
8) Teresa Fiemazzo faleceu em 18.05.1901 já viúva de Zaccaria Trisotto desde 16.12.1885.
9) A cronologia dos fatos a seguir indica que uma tragédia se abateu sobre esta família Lenzi ao final do primeiro decênio dos anos mil e oitocentos:
a) Em 16 de dezembro de 1809 faleceu Giacomo Lenzi, filho de Donato Lenzi. Giacomo era avô do Antonio (imigrante).
b) Em julho de 1810 faleceu Maria Rattin, esposa de Giacomo e avó do Antonio (imigrante).
c) Em 06 de novembro de 1810 faleceu um Giacomo Lenzi, filho de Giacomo Lenzi e Maria Rattin com 3 anos de idade.
d) Antonio Lenzi, pai do Antonio (imigrante) nasceu em 20 de abril de 1810, portanto quatro meses após a morte do pai Giacomo. A mãe Maria faleceu em julho de 1810, deixando, portanto dois filhos órfãos, Antonio com apenas três meses de vida e Giacomo com três anos. Em 6 de novembro de 1810 ocorre o falecimento de Giacomo, irmão do Antonio, com três anos de idade. Portanto o pai do Antonio (imigrante) ficou órfão de pai e mãe aos três meses de vida e possivelmente sem irmãos após seis meses e meio.
Como visto acima o casal Antonio Lenzi e Teresa Fiemazzo teve pelo menos quatro filhos, Giovanni; Maria Carolina; Anna Maria e Antonio (o imigrante). Do segundo casamento, a Teresa Fiemazzo teve mais três filhos “Trisotto” o mais velho dos quais, Ignazio Trisotto, então com 19 anos, emigrou para o Brasil junto com o Antonio.
O Antonio chegou ao Brasil com 23 anos e ocupou o lote 123 da Estrada Pomeranos, na comunidade de Caravagio. A leva dos “samonatos” deve ter chegado por volta de abril/maio de 1876. Antonio tratou logo de tomar posse de sua terra e já em 25.08.1877 casava com Teresa Busarello, também imigrante, nascida em 15.10.1856 em Ospedaletto, próximo a Samone. O casal criou 11 filhos e a exemplo do que aconteceu com outras famílias, um dos grandes problemas era encontrar novas terras para os filhos quando chegavam à idade de casar. Os tiroleses de Rio dos Cedros supriram a demanda por novas terras, primeiro explorando as terras do planalto, depois ocupando terras da colônia de Jaraguá do Sul e a seguir partiram para a região do alto vale do Itajaí.
O êxodo da família “Taretto” começou com os filhos Severino e Ângelo e logo seguidos por outros irmãos e genros até que em 1919 o próprio Antonio e esposa se renderam e também foram adquirir terras na região do alto vale em municípios como Rio do Sul, Taió e Trombudo Central. Atualmente seus descendentes estão espalhados por inúmeras outras cidades e há deles em Rio dos Cedros, Blumenau, Itajaí, Camboriú, Joinville, Florianópolis, Criciúma, Curitiba, São Paulo, Cuiabá entre outras.
Embora originário da mesma cidade tirolesa de Samone este grupo familiar “Taretto” não tem parentesco com o grupo familiar dos “Lupi”, salvo em alguns casos por conta de casamentos aqui no Brasil. É o caso dos descendentes do Sr. Benito Ângelo Lenzi que é casado com Carmela Cattoni, cuja mãe é Catharina Lenzi, filha de Antonio Lenzi. Outro caso são os descendentes de Theodoro Lenzi, casado com Viola Mattedi, cuja mãe, Teresa Trisotto é filha de Ignazio Trisotto. Este é filho de Teresa Fiemazzo que é também a mãe de Antonio Lenzi (Taretto). Em livro intitulado “Clã Taretto de Antonio Lenzi” de autoria do neto Elisário Cattoni estão narrados detalhes da trajetória deste grupo familiar.





Desenvolvido por: Renan Taffner e Andrey Taffner
Agradecimentos: Marcel L. Zanluca